Isolaram os muros com arame farpado e alguém quis pular
Num desatino, devaneio, destino, descaso. Natural !
Escondido num escudo e, mesmo assim, conseguiram perfurar
Nada blindado, uma doze carregada, conseguiram atirar
É natural, simplesmente natural
Tentando fugir às regras andando na linha
Dizer que não/sou normal, não sou legal
Mas se esqueceram que a vida é minha, só minha ?
Feridas inflamadas, maldito arame cortante
Não superaram as expectativas
Mas o tiro foi extremamente emocionante
O barulho, a muralha, as faíscas
Não era a vontade, era o que estava em questão
Não viram sangue, não sei se conseguiram ferir
Maldito guardinha, que peninha, sem arma na mão !
Gastaram umas balas, consegui fugir...
Não atravessaram o muro, ou atravessaram ?
Guardinha falido, nem uma carabina tem...
O escudo marcado, não mais sossegado
Perfuraram, não morreram mas não mataram !
Não era essa a questã,
Deitarei no divã, sou cristã, pouco sã, nada vã...
O escudo só protege a frente, se eu atravessar, a China pode ser minha.